Teresa (e Margarida) homenageiam Wilson (e Nelson)
No dia 9 de novembro de 2010, Teresa Cristina tirou do limbo uma pérola inédita de Wilson Baptista, a marcha-rancho "Nelson Cavaquinho" (que o crítico Mauro Ferreira julgou "linda" em sua resenha sobre O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA). Na verdade, Teresa faz ali duas homenagens numa "caixa-d´água" só, a Wilson e a Nelson. Diz a letra: "Não podia esquecê-lo no meu álbum / Com sua simplicidade / E seu grande valor / Essa figura da noite / Que alegrou tantos bares do Rio / Aos que carregavam uma dor / (...) / É mais uma cerveja / É mais um conhaque / Na mesa do Nelson Cavaquinho". Pensando bem, essa letra fala também um pouco da própria Teresa, que há mais de dez anos tem alegrado tantos bares do Rio, com sua simplicidade, seu canto suave e seu grande valor. Eu também tomo parte nos salgadinhos!
Conheci Teresa lá no comecinho, num de seus primeiros shows, numa casa perto da Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. Hoje uma pet-shop, se não me engano. Quem chamou foi Ricardo Cotrim, amigo meu do Teresiano, que fazia parte de um grupo recém-formado para acompanhar (a tímida) Teresa em Candeias, Paulinhos e Portelas. Mais tarde batizado de Grupo Semente. Lembro que gostei muito das suas composições. Teresa ainda era um segredo. Cinco ou seis pessoas na plateia, sendo metade da família Cotrim.
Corta para uns poucos anos depois. Teresa é a diva da Lapa redescoberta. Bar Semente abarrotado. Canja de Marisa Monte, matéria em jornal. Só sucesso. Teresa tem uma estrela danada. Nos cruzamos aqui e ali, muitos amigos em comum. Fiz coro num show dela e Seu Jair do Cavaquinho em São Paulo. Eu, uma espécie de Forrest Gump da sua trajetória vitoriosa.
Fiquei feliz quando soube do seu interesse em participar do disco do Wilson. E o resultado taí, encantando geral. Arranjo caprichado de João Callado, com flauta de Edu Neves. Muito obrigado pela participação, Teresa! Foi demais!
(Acabo de me tocar que a marcha-rancho, depois de ficar inédita por mais de quatro décadas, acabou sendo gravada pela primeira vez justamente nos 100 anos de Nelson! Ê ê! Quando é pra ser...)
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