sábado, 30 de julho de 2011

Mestre Sidão: alegria, leveza e simplicidade

Mestre Sidão
         
          Mais um craque ilumina as páginas do nosso blog: Sidnei Cruz, diretor do espetáculo O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA! Grande honra falar dele aqui.
          Eu, leso, fui conhecer melhor a sua história (e importância) quando iniciamos os ensaios do Wilson. Seu nome tinha sido bancado pela Zucca e pela Claudinha como "o" cara que melhor saberia dar ao espetáculo o clima cabaré/teatro de bolso/musical brasileiro que a gente queria. O glorioso Sidão não alardeia: é um dos caras menos gasta-onda que há por aí. Além de diretor, dramaturgo, poeta e produtor cultural de longa estrada, ele foi responsável pela criação do Palco Giratório e por sua curadoria até 2007. É de uma simplicidade tamanha, e a empatia com ele é imediata. Daquelas pessoas que a gente acha que conhece há mil anos, tendo conhecido ontem. 
          Gente boa pra caramba, crânio, leve apesar de algumas barras (de saúde) já enfrentadas, humor nota mil, talentoso paca, Sidão tem uma habilidade extra na hora de lidar com o ser humano. Seu método de trabalho é muito legal, zero stress, e ele consegue o melhor de todos na suavidade, no traquejo, na "malandragem". Vaidade zero (coisa rara), pensando lá na frente, no que vai melhor resultar pro espetáculo.

Sérgio Cabral e Sidnei Cruz no Teatro Carlos Gomes, 
estreia d´O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA
         
          Esse resultado muita gente conferiu e gostou. Um dos que foi nos assistir - já na temporada de verão no Teatro Carlos Gomes - foi Sérgio Cabral (Pai), outra referência de generosidade para mim. Sérgio saiu encantado com o trabalho e fez questão de dar um abraço no Sidão, dizendo (o que depois fez questão de reiterar por escrito, via email): "Foi uma das melhores coisas que vi em toda minha vida. Meus parabéns. Wilson Batista, de fato, merecia um espetáculo - e um elenco tão maravilhoso - quanto o que vocês estão fazendo." (Perguntei pro Sérgio: "Podemos publicar sua opinião?" Resposta: "Podem grifar em neon!")

Claudinha Ventura e Sidnei Cruz
         
          Pra terminar, quero agradecer ao Sidão pelo talento, empenho, alegria e paciência que colocou nesse projeto. E dizer que fiquei especialmente feliz quando percebi que ele tinha sido contaminado pelo "micróbio do Wilson". Foi num dia em que Sidão chegou revoltado lá no Colégio Andrews, para mais um ensaio. É que a Folha de São Paulo tinha lançado uma coleção de CDs sobre os maiores compositores brasileiros, e, no rol dos compositores contemplados, mais uma vez Wilson Baptista ficava de fora - feito pedreiro Waldemar, que constrói o edifício e depois não pode entrar. Lembro do Sidão vermelho de raiva: "Como é que pode? Tem muito compositor nessa coleção que não chega no chulé do Wilson. Isso é crime de lesa-cultura!"
          Sidnei Cruz, valeu por tudo, foram dias maravilhosos, aprendi muito com você e tenho certeza que em breve estaremos juntos em outras!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Zélia nos transforma em fãs!

Nando Duarte, diretor musical do disco, e Zélia Duncan
         
          Com o perdão do trocadilho tosco: a Zélia é duca! Desde "Eu me transformo em outras", projetaço em que ela se colocou na arena do samba (quem não viu o DVD, corra pra ver) e mostrou que não tá pra brincadeira, Zélia nos transformou em fãs. Ali, ela recriou com uma graça tremenda um repertório escolhido a dedo, incluindo dois lados bês geniais do Wilson Baptista: "Eu não sou daqui" e "Boca de siri". Essa, então, é uma das minhas preferidas. Já ouviram? É uma ode à alegria, à leveza, à liberdade e à malícia da mulher... "Quem encontrar o meu moreno por aí / Faça-me o obséquio / Boca de siri!" Ha ha ha!
          Zélia Duncan não podia faltar nesse projeto. Nandinho Duarte já havia trabalhado com ela, fez o contato, e sua reação foi uma injeção de ânimo numa semana de várias respostas evasivas de grandes nomes da MPB. Zélia interrompeu a explanação do convite de Nando ao telefone e disse: "Wilson Baptista, Roberto Gnattali e Nando Duarte no mesmo projeto? Não precisa falar mais nada. Tô dentro."
          Semana depois, no dia 15 de outubro de 2010, lá estava ela no estúdio da Biscoito Fino, recém chegada de uma maratona em Chicago. Não era uma maratona de shows, não. Maratona maratona mesmo. E ela competiu! Descobri que Zélia é atleta, sequinha e mignon. E um doce. Quis ir logo pra cabine por voz à obra. A inédita "Que malandro você é!", de Wilson e Erasmo Silva (amigo e parceiro de Wilson na dupla vocal Verde e Amarelo), foi a escolhida. O arranjo é da dupla Nando Duarte e Marcelo Caldi, com uma sonoridade que remete a "Eu me transformo em outras", homenagem à Zélia e ao disco que tanto curtimos.

Zélia Duncan e eu

          Encontrei a letra desse samba há alguns anos, numa revista antiga, onde era citada como uma das promessas para o carnaval de 1956 na voz de Linda Baptista. Linda deve ter caitituado a música em rádio, mas não chegou a gravá-la. Muito tempo depois, consultando uns recortes de Erasmo Silva, guardados por sua viúva, D. Odília, encontrei a informação que faltava. Numa página avulsa de caderno, lá estava uma melodia manuscrita. O título não deixava dúvida: "Que malandro você é!". A junção de letra e melodia permitiu que o samba fosse finalmente gravado.
          Foi emocionante ver essa música - inédita há 55 anos - ser eternizada em disco com essa categoria!
          Zélia, sua participação foi demais! Arrepiou!

domingo, 17 de julho de 2011

A lista do Monte (ou: Escolhas de Sofia)

          Esse projeto sobre Wilson Baptista me deu vários presentes. Um deles foi o tanto de gente bacana que apareceu, por causa dele, no meu caminho. Carlos Monte - ex-diretor cultural da Portela, sabe-tudo-de-samba e pai da gloriosa tribalista Marisa - foi ver o espetáculo ainda no Café Pequeno do Leblon, e virou freguês. Voltou meia dúzia de vezes, levando sempre amigos diferentes, e fazendo figura na plateia com seu semblante alegre e participativo (conhece Wilson pra xuxu e faz questão de cantar junto). Carlos é daqueles que diz o que pensa, e, benzadeus, era só elogios. O único senão, segundo ele, foi não termos incluído no roteiro musical algumas de suas músicas preferidas do Wilson. A paixão por elas era tanta que Carlos chegou fazer uma lista:

          1) Alô padeiro
          2) Deus no céu e ela na terra
          3) Sereia de Copacabana
          4) Mariposa
          5) Nossa Senhora das Graças*
          6) Recado que a Maria mandou
          7) Cosme e Damião
          8) Comício em Mangueira
          9) Boca de siri
          10) Cabo Laurindo
          11) Gênio mau
          12) Amigo urso**

A "Lista do Monte"

          Carlos tem razão: essas músicas são todas muito legais. No processo de escolha (de Sofia) do repertório do espetáculo, fora os classicões inevitáveis, optamos sempre por aquelas que ajudassem a traçar o perfil biográfico de Wilson, ou alinhavar as aventuras de seus personagens, nas cenas ficcionais. Daí termos aberto mão de umas em detrimento de outras.
          Ainda assim, fizemos um painel super abrangente: o roteiro musical do espetáculo passeia por quase 70 títulos compostos por Wilson Baptista! Quando levamos o espetáculo para o estúdio, para registrá-lo no disco que a Biscoito Fino pôs no mercado, acrescentamos à empreitada mais 29 obras do Wilson, num CD extra só com raras e inéditas cantadas por convidados ilustres. Tomara que o Carlos não tenha ficado triste: ainda assim toda a sua lista continuou de fora. Essa é uma constatação que assustaria os mais atentos: a obra de Wilson Baptista é de uma imensidão tamanha que um projeto que abrange quase 100 músicas dele pode prescindir de tantas outras, fantásticas como as que o Carlos listou, e ainda assim continuar relevante!
          Eu ainda acrescentaria à "Lista do Monte" um monte de outros títulos que (lamento) não entraram nem no espetáculo e nem no CD:
          13) Averiguações 14) O doutor quer falar com você 15) Sistema nervoso 16) Passou 17) A mulher do seu Oscar 18) Trinta e três 19) Há outra santa 20) Chinelo velho 21) Parabéns para você 22) Gosto mais do Salgueiro 23) Não tô charlando 24) É mato 25) Sabotagem no morro 26) Copacabana à noite 27) Outras mulheres 28) A mulher que eu gosto 29) Eu não sou daqui 30) Filomena, cadê o meu? 31) Na estrada da vida 32) Não era assim 33) Fui eu 34) Tenho que fugir 35) Louco 36) Abigail 37) Não sou Manuel 38) Complexo 39) Volta pra casa, Emília 40) Guiomar 41) Elza 42) Lá vem Mangueira 43) Lá vem o Ipanema 44) Benedito não é de briga 45) Como se faz uma cuíca 46) Cowboy do amor 47) Juca do Pandeiro 48) Gostei de você 49) Memórias de torcedor 50) Esta noite eu tive um sonho 51) Desacato 52) Por favor, vai embora 53) Não devemos brigar 54) Já sei 55) Sou bom chefe-de-família 56) Direito de sambar 57) Despejo 58) Tortura mental 59) Olho nela 60) Está maluca 61) Mania da falecida 62) Faz um homem enlouquecer 63) Você é meu xodó 64) Meu assunto é sambar 65) Sou um barco 66) A mão do Alcides etc etc etc.
          É muita música boa prum compositor só! Não é mole não!
         
          * Na verdade, o título é "Nossa Senhora de Fátima"
          **Tem gente que diz que "Amigo urso" é do Wilson, um daqueles casos em que ele vendeu sua parte da música, mas como não há provas prefiro não incluí-la na musicografia dele.

Deu na Rolling Stone: CD duplo evidencia a força da obra do autor

        
          Essa resenha do disco O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA está na Rolling Stone Brasil de julho, aquela com Gal Costa e Caetano Veloso na capa. Foi escrita pelo Mauro Ferreira, que destacou a "farta e forte safra de inéditas garimpadas" e disse que o disco redimensionou a obra (ainda atual) do Wilson. Benzadeus: faturamos 4 estrelas! O Bono, coitado, levou 2,5... Quem diria... (Brincadeira, Bonão! Tu é fera!)

Um trabalho que ilumina!

          Ó que barato essa resenha do disco O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA, feita pelo André Carvalho. Saiu na revista CartaCapital de julho. Tá lá: "(...) faltava um garimpo em sua obra (do Wilson, claro) à altura, que O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA, esmerado projeto de Rodrigo Alzuguir, cumpre bem." O texto finaliza assim: "Enfim um trabalho que ilumina uma biografia".
          Detalhe: André não é o primeiro a destacar a marcha-rancho "Nelson Cavaquinho" como uma das melhores músicas que o disco tirou do ineditismo. Quem canta é Teresa Cristina. Dá-lhe Teresa!
          Mais um detalhe: Resgatada ao lado do Wilson, na mesma página, está a roliudiana Joan Crawford. "O que terá acontecido a Baby Jane?", filmaço em que ela e Bette Davis não estão pra brincadeira, é destaque na matéria. Fiquei feliz com a coincidência, é um filme que eu me amarro! Quem não viu não perca!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Vinte e seis discos separam Beyoncé e Wilson Baptista

          Tenho certeza que Wilson Baptista, se estivesse vivo, e como bom mulatólogo que era, ia ficar chapado com a gostosura da Beyoncé na capa de seu disco novo (o dela, não o dele). Mas acho que ia vibrar mesmo era se soubesse que O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA, um disco sem nenhuma pretensão comercial, além de estar há três semanas no ranking de discos mais vendidos no Brasil, subiu uma gloriosa posição no ranking da semana corrente, publicado no dia nove de julho pelo site CHARLY1300. Está agora na posição 28, entre Ben Harper e Kesha. A vinte e seis discos de Beyoncé, e a doze de Justin Bieber! O mais incrível é que o disco não conta com nenhum tipo de divulgação paga (banners, clearchannels, busdoors) ou jabá. Também não conta com o personagem principal - falecido há mais de quarenta anos e nem tão lembrado como deveria. É como diz o povo: Quem samba fica! E obrigado àqueles que já compraram o disco!
          Taí o printiscrim:


          Quem prefere ir na fonte, clique aí:

Vá bene!

          Me divirto quando descubro sites e blogs estrangeiros com resenhas do disco O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA. Esse aí é um site italiano chamado "Musibrasil - musica parole immagini del Brasile". O texto foi "scritto da Antonio Forni".
          Taí o printiscrim:


          Quem quiser ir no site:

Duas águas tônicas e a conta

          Pra quem não viu na época, taí a entrevista que Mauro Ventura fez comigo pra sua coluna na Revista de domingo d´O Globo. Saiu no dia 25 de julho de 2010. A gente se encontrou no café do cinema Arteplex, na Praia de Botafogo, e o papo fluiu. Mauro é boa gente pra caramba e eu (leso) só fui saber que ele é filho do Zuenir Ventura no final da conversa. Clique uma vez pra ver maior. Clique novamente pra ver maior ainda.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Wilson das Neves e Nina Becker, uma dupla imperial

Wilson das Neves e Nina Becker no estúdio da Biscoito Fino, posando para fotomontagem do encarte central

          O dia 30 de setembro de 2010 foi muito especial. Recebemos no estúdio da Biscoito Fino uma dupla e tanto: Wilson das Neves e Nina Becker, colegas de Orquestra Imperial. "Seu" Wilson - como Nina o chama -, além de imperial, é imperiano, paixão herdada de sua mãe, que saía de baiana no Império Serrano. Imperial, imperiano... É muita nobreza numa pessoa só! Ô sorte!
          Das Neves conheceu o xará Wilson Baptista na década de 50. No intervalo entre uma gig e outra como baterista de orquestra de dancing, nas rodas de bate-papo que se formavam ali pela Cinelândia, Das Neves achava o compositor engraçado. Wilson Baptista, já veterano, pouco falava e muito sorria. Quando alguém dizia: "E aí, Wilson? Não fala nada?", Baptista respondia: "Falar o quê? Vocês falam tanto que não sobra nada pra mim..."

Eu, Das Neves e as louras: Ô sorte!

          "Interessante" é uma parceria (muito interessante!) de Wilson com Erasmo Silva, de 1946. Foi anunciada na partitura como uma lançamento da cantora Dircinha Baptista, que misteriosamente nunca chegou a gravá-la. Ou seja, ficou inédita desde então, até botar o bloco na rua na voz delicada e esperta de Nina Becker. A letra é ousada para a época. Uma mulher abre o coração e confessa: apesar de ter um companheiro que lhe tem "verdadeiro amor" e lhe proporciona estabilidade e conforto, ainda ama o amor antigo, que lhe fazia sofrer e passar fome. "Eu hoje não moro num barracão / Já tenho tudo o que quero / A tempo, e a hora, na mão / Antigamente / Quando almoçava eu não jantava / Mas, aqui pra nós... / Daquele homem é que eu gostava..." - diz ela.
          A faixa (arranjada por Roberto Gnattali) vira um dueto com a entrada de Wilson das Neves no papel do "tão bom companheiro": "Tudo o que ela quis eu dei / Tudo que ela pediu eu fiz / Por sua causa quase me arruinei / E ela ainda acha que não é feliz / Só peço a Deus que ela desapareça / Essa mulher tem qualquer coisa na cabeça!" O samba ("Essa mulher tem qualquer coisa na cabeça") foi lançado por Cyro Monteiro em 1942, e teve poucas regravações, a despeito de sua qualidade.
          Foi muito divertido gravar as intervenções faladas de Wilson e Nina na faixa. Nina incorporou uma Marilyn voluntariosa e de quebra homenageou um hit de Das Neves e Claudio Jorge, o samba pidão "Traz um presente pra mim". Das Neves, claro, finalizou a participação na faixa com seu bordão "Ô sorte!". Sorte nossa poder contar com a dupla! (Só pra constar: a faixa tem sido mencionada por amigos como uma das mais legais do disco.)

"Seu" Wilson, Nina Becker e o engenheiro de gravação Gabriel Pinheiro

          A outra faixa que conta com o vozeirão rascante de Wilson das Neves é "Louca alegria". Outro clima, outra onda. O que atesta a versatilidade dos mestres Wilsons, o compositor (Baptista) e o intérprete (Das Neves). "Louca alegria" ficou perdido, inédito, numa fita caseira de Wilson Baptista, desde a década de 1960. Quem adorava essa música era Marilza, a filha do compositor, que sonhava vê-la um dia gravada.

Nando Duarte, Das Neves e Luis Barcelos, arranjador da faixa "Louca alegria"

          Imaginei um arranjo que sublinhasse a tragédia da letra. Pensei no violino de Nicolas Krassik e tudo saiu melhor que a encomenda. Acho o resultado dessa gravação comovente. O arranjo de Luis Barcelos, a participação de Krassik, o violão de Nando Duarte, a interpretação de Das Neves... Tenho certeza que Marilza, falecida há dois anos, ia adorar.
          Nina e "seu" Wilson: foi uma honra tê-los no disco! Arrasaram! Que venham os próximos projetos!

Claudinha Ventura, eu, Nina e Nando Duarte

domingo, 3 de julho de 2011

Biscoito Fino e Gente Boa informam: saiu nova fornada!


          É isso aí, galera! Biscoito Fino informa: uma segunda fornada d´"O samba carioca de Wilson Baptista" está chegando às lojas. Quem estiver interessado é bom correr, porque a tiragem é pequena. Tem nos quiosques da Biscoito (Rio Sul, Shopping da Gávea...), na Travessa, na Saraiva, na FNAC, na Arlequim... E no site da Biscoito:
          www.biscoitofino.com.br
          Abaixo, a coluna Gente Boa deu o furo (n´O Globo de ontem):

O injustificável esquecimento de Wilson Baptista chega ao fim

          João Máximo escreveu três matérias maneiríssimas sobre o projeto, publicadas no Segundo Caderno d´O Globo em 2009, 2010 e 2011. Todas com títulos retumbantes, como esse "O injustificável esquecimento de Wilson Baptista chega ao fim". Essa é a segunda matéria da "tríade" (e sua chamada de capa). Saiu no dia 23 de julho de 2010, dia da estréia do espetáculo no Café Pequeno do Leblon. Tenho certeza que nos ajudou a lotar o primeiro fim de semana e a partir daí gerar o boca-a-boca que esgotou os ingressos da temporada inteira já na segunda semana. Clique para ler!


Mestre Ruy Castro

Heloísa Seixas, eu, Ruy Castro e Claudia Ventura 
na estreia de "O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA"

          Quem tem a alegria de conhecer Ruy Castro pessoalmente sabe que as qualidades de sua escrita - elegância, humor, leveza e simplicidade, entre elas - também são virtudes suas. É um papo maravilhoso e um cara super generoso.
          Conheci o fera há muitos anos, quando ele foi na casa do meu pai - o jogador de futebol Ronald, do Botafogo -, para entrevistá-lo. Depois do sucesso retumbante do "Anjo pornográfico", Ruy iniciava os trabalhos do seu "Garrincha - Estrela solitária". Acompanhei a conversa dos dois e desde então não desgarrei dele. 
          Ruy me deu a maior força quando soube, tempos depois, do meu projeto de escrever a biografia de Wilson Baptista. No ato, me passou vários contatos de pessoas que entrevistou para "Carmen" e que achava que poderiam ter coisas a dizer sobre Wilson. Deu dicas importantes que facilitaram muito a minha vida. 
          Foi emocionante tê-los (Heloísa e ele) na nossa estreia, no Café Pequeno, em julho do ano passado. E, mais ainda, saber que eles curtiram o espetáculo. A prova taí, na crônica que Ruy dedicou a Wilson Baptista e ao sucesso do espetáculo na Folha de São Paulo:


          Quando o CD ficou pronto e enviamos um exemplar pro Ruy, fui surpreendido por um recado seu na minha secretária, dizendo coisas como "acho que sem querer vocês realizaram uma obra-prima" e "é um dos melhores songbooks que ouvi na vida". Rapaz! Foi um momento mágico, estava andando ali pelo Centro e me vi de repente sem rumo ouvindo o recado dez vezes seguidas, pra ter certeza que era de verdade. (Ao tentar reouvir o recado outro dia, para tristeza minha descobri que a secretária apaga as mensagens automaticamente depois de uma semana...)

Não lembro o motivo das risadas...

Ruy e eu

          Ruy, abraços de um grande fã seu e obrigado por tudo!