segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Caixinha de surpresas

          Achei que seria interessante compartilhar com vocês aqui no blog o projeto gráfico que criei para o programa do espetáculo "O samba carioca de Wilson Baptista". Sim, nesse projeto fui o mó bombril, jogando nas onze e ataquei também de designer, atividade que exerço há anos.
          Foi do Sidão, nosso diretor, a ideia do programa vir dentro de uma caixinha de fósforos. A ideia foi encampada pela Zucca, que fechou uma parceria bem sucedida com a Fiat Lux. Deu super certo. Imagino que nosso "Maestro Caixa de Fósforos" teria gostado do resultado final e da homenagem.

O programa do espetáculo vinha dobrado dentro da caixinha de fósforos.

Desdobrando...

          Quem não pôde nos assistir e/ou adquirir a sua caixinha, vai poder agora conhecer a ficha técnica completa do espetáculo, agradecimentos, patrocinadores e apoiadores da nossa primeira temporada, assim como os textos do programa, de minha autoria e de Sidnei Cruz. Clique para aumentar.

Frente da arte do programa. Ficha técnica, patrocinadores, apoiadores e o meu texto.

Verso da arte do programa. Roteiro musical, agradecimentos e o texto do Sidão.

          (Contei com a colaboração do designer Ciel Alcântara.)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Estátua de Wilson Baptista na Lapa: está lançada a campanha!

          Há algum tempo, li na coluna Gente Boa que queriam colocar uma estátua do Mario Lago na Lapa. Apesar de admirador do Mario, não entendi a razão da escolha do bairro. Mario frequentou a Lapa nos anos 30, triangulando até um caso amoroso com Noel Rosa (tendo como vértice a dançarina Cecy), mas - sabe-se - nunca teve orgulho ou gostou de falar desses tempos. Homenageá-lo com uma estátua na Lapa me pareceu uma forçação de barra que deixaria o próprio homenageado constrangido.
          Dias depois dessa nota, a coluna publicou uma outra, onde a família do Mario agradecia a iniciativa, mas opinava que o bairro mais apropriado para abrigar a estátua seria Copacabana, onde Mario viveu a maior parte de sua vida. Louvei o bom senso da família.

Nota na coluna "Gente boa" sobre a estátua de Wilson na Lapa

          O compositor que mais amou e compôs músicas exaltando a Lapa foi... Wilson Baptista. Sua própria persona é uma síntese do "espírito lapeano". Se há alguém que mereça uma estátua no bairro é ele. Desde que chegou ao Rio de Janeiro, fugido de Campos, Wilson viveu um intenso caso de amor com a "Montmartre brasileira". Ali viveu seus melhores (e também os piores) anos. Morou na Mem de Sá, passou por vários endereços na subida para Santa Teresa, deu um tempo na Riachuelo, e, por fim, faleceu devendo aluguel de um apartamento a poucos quarteirões da Lapa, na Senador Dantas.
          A paixão de Wilson pelo bairro era tanta que, apesar de campista, disse ele em "Largo da Lapa": "Foi na Lapa que eu nasci / Foi na Lapa que eu aprendi a ler / Foi na Lapa que eu cresci / E na Lapa eu quero morrer". Em "História da Lapa", evocou os malandros que fizeram história por ali: "Lapa dos capoeiras / Miguelzinho, Camisa Preta / Meia-Noite, Edgar / Lapa, Lapa boêmia / A lua só vai pra casa / Depois do sol raiar". Em "Flor da Lapa", radiografou o fim de carreira de uma "mariposa" lapeana: "Os homens brindavam seu corpo bebendo champanhe / Hoje acaba o cabaré / E ela não tem quem lhe acompanhe". Em "A nova Lapa", lamentou a descaracterização do bairro, vítima de projetos urbanísticos equivocados: "Querem transformar a Lapa / O progresso não respeita a tradição"...

Wilson nasceu em Campos, mas seu amor maior foi a Lapa carioca

          Joaquim Ferreira dos Santos abraçou a "campanha" pela estátua do Wilson na Lapa, como uma justa homenagem ao compositor no centenário de seu nascimento, em 2013, e publicou uma notinha simpática a respeito no dia 22 de janeiro. (Como houve um mal entendido quanto ao local de nascimento de Wilson, publicou uma "errata" no dia 25.)
          Valeu, Joaquim! Vou levar adiante essa ideia!

Papo (des)construtivo com Claudia Ventura e esse que vos tecla

          No dia 30 de novembro de 2011, fizemos uma apresentação muito legal d´"O samba carioca de Wilson Baptista" no Teatro da Escola SESC de Jacarepaguá (um ótimo teatro, por sinal). Na ocasião, a equipe SESC fez uma entrevista comigo e Claudinha, publicada na revista "Clube de Espectadores", cujo primeiro número acaba de sair do forno. Quem quiser dar uma conferida no "papo (des)construtivo", é só clicar na imagem para aumentar.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A incrível bagagem do mestre do samba

          “Escolha muito bem quem você quer biografar”, me disse uma vez Carlos Didier, bi(ou seria tri?)ógrafo de ninguém menos que Noel Rosa, Orestes Barbosa e Antônio Nássara. “Você vai conviver com essa pessoa por anos a fio, vai seguir suas pegadas e se tornar amigo dos amigos dela.” Mesmo que o biografado já seja falecido e não esteja na sua frente para narrar suas aventuras em primeira pessoa. Carlos tem razão. A simbiose entre biógrafo e biografado ganha estranhos contornos ao longo do processo de pesquisa e escrita do livro. É uma ligação para a vida toda. E é bom estar preparado para isso.


          Muitas vezes, entre um ou outro compromisso no centro do Rio (habitat do meu biografado, o compositor Wilson Baptista), tenho impulsos de entrar num determinado sebo. “Entraí”, é como se soprassem no meu ouvido. E dou de cara com um livro que há muito procurava, fonte de pesquisa raríssima para a biografia. Passando pelas revistas antigas do Seu Coutinho na Rua Pedro Lessa, ao lado da Biblioteca Nacional, o impulso de parar para abrir uma determinada “revista de modinhas” que pareceu piscar o olho tem sua recompensa. É mais uma letra de música inédita do mestre do samba. Conversando com fulano, me ocorre perguntar sobre o paradeiro de alguém que preciso entrevistar, impossível de ser localizado. Fulano e esse alguém impossível são de planetas diferentes, mas descubro que, coincidentemente, se conhecem. Bingo! Vílson, o filho do biografado, ao saber dessas histórias, ria e dizia: “É o velho soprando essas coisas lá de cima.”
          Minha história com Wilson Baptista começou no início do século XXI, quando quis saber mais sobre ele e não consegui. As fontes disponíveis na época, em sebos, eram uma monografia fininha editada pela Funarte, um “Perfis do Rio” e alguns fascículos antigos de banca de jornal. Me perguntei por que Wilson (que Paulinho da Viola disse, num especial da Globo da década de 1970, ser o “maior sambista brasileiro de todos os tempos”) não tinha sua trajetória contada com a profundidade que eu desejava, como admirador seu. Em vez de ficar na vontade, pus mãos à obra. Enquanto ainda houvesse boas fontes diretas. E mergulhei no projeto de escrever sua biografia.

Julio Augusto, da Zucca, eu, os netos de Wilson Baptista, Grazielle e Victor Hugo,
e a mãe dos meninos, Regina, em Inhaúma

          A obra de Wilson é subdimensionada por razões que não cabem aqui. A principal delas é que seu pior inimigo era ele mesmo. Hedonista (“Meu mundo é hoje, não existe amanhã para mim”), gastador, desorganizado, Wilson não tinha temperamento para “batalhar espaço na mídia” e reafirmar seu nome diariamente num mercado musical cada vez mais hiper e menos secos e molhados. Quando faleceu em 1968, aos 55 anos, deixou uma incrível “bagagem” (como gostava de dizer) de cerca de 600 músicas, dezenas delas sucessos, mas seus herdeiros nunca puderam desfrutar da obra do pai, tamanho o abandono.
          Para se ter uma idéia da confusão, nenhuma das listagens oficiais da obra de Wilson batem entre si. A do ECAD (principal órgão de arrecadação do país) não bate com a da UBC (sociedade de compositores da qual Wilson foi um dos fundadores). Nenhuma das duas bate com o catálogo de discos de 78 rotações editado pela Funarte, que compreende a fase áurea do autor, quando ele foi gravado por todos os cantores de seu tempo. Pior: nenhuma bate com a realidade. Nos últimos anos, fui faxinando esse terreno, perturbei editoras musicais, fucei bibliotecas e acervos, garimpei pepitas. Cheguei a uma listagem consolidada de 531 títulos, mais do que o triplo das listagens oficiais. E não paro de encontrar músicas inéditas por aí, em histórias que deixariam Indiana Jones com inveja. É quase uma centena de inéditas até agora. Também tenho descoberto, em entrevistas com parceiros de Wilson, muitas músicas em que ele vendeu sua parte da parceria, deixando de constar como autor ao ceder lugar para o comprador. Mas o fato é que Wilson Baptista reaparece como o mais produtivo compositor popular de sua geração, um espanto em se tratando de um sujeito que os próprios amigos diziam nunca ter trabalhado na vida, e até hoje reduzido ao estereótipo de “malandro” ou “vilão da Polêmica com Noel Rosa”.

Claudia Ventura, Grazielle, eu e Victor Hugo durante a temporada de 
"O samba carioca de Wilson Baptista", no Café Pequeno do Leblon

Reprodução da foto na coluna Gente Boa, onde Joaquim Ferreira dos Santos classifica 
o espetáculo como um dos melhores em cartaz na cidade. Ê alegria!

          Organizar essa “herança” musical, na trilha de recolocar Wilson Baptista no lugar de destaque que, acredito, ele merece, não tem nada de missionário. Sou pago por isso numa moeda transcendente que não tem preço. Mexer nessa matéria prima tem sido uma honra e uma escola para mim, que sou músico e compositor. Ser recebido como um velho amigo nas casas de seus amigos e admiradores, figuras que não me receberiam não fosse eu o “garoto do Wilson”, também é uma satisfação. Conhecer e papear com Dorival Caymmi, Dercy Gonçalves e a Cecy do Noel, a Dama do Cabaré, que muitos acreditavam falecida há tempos e encontrei vivinha da silva em Irajá, foi incrível. Mais de cem entrevistas realizadas. Um túnel do tempo guiado pelas mãos de Wilson Baptista.
          Ao conseguir um patrocínio da Prefeitura do Rio para realizar um espetáculo sobre o Wilson, “O samba carioca de Wilson Baptista”, fomos, eu e o produtor Julio Augusto, da Zucca, levar um cheque de pagamento aos netos do compositor, Grazielle e Victor Hugo, numa comunidade em Inhaúma, cercada de barricadas do tráfico. Me senti como um intermediário entre Wilson e os seus, e imaginei o orgulho dele sabendo que sua “bagagem”, mais de quarenta anos depois de sua morte, fez a alegria dos garotos naquele dia. 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Djavan, Rosa Passos e... Wilson Baptista

          Vibro quando vejo meu primeiro disco em boa companhia. No tótem toca-CDs da Travessa de Ipanema, o time era o seguinte: "Ária ao vivo" do Dija, o novo da Rosa Passos (aula de musicalidade!) e "O samba carioca de Wilson Baptista" - do qual, aliás, a diva baiana também tomou parte.

Trabalhando o disco do mestre!

          Hilton Abi-Rihan - lendário homem de rádio - foi uma das feras que tive o prazer de conhecer por causa do Wilson. Há alguns meses, participamos (Claudinha Ventura, o violonista Lucas Porto e eu) de seu programa exibido pelo canal da LBV, cantando e contando Wilson Baptista. Depois disso, virei "sócio" de seus programas na Rádio Nacional. Participei ao vivo e gravei uns vinte programetes, comentando faixa a faixa o CD duplo.

Abi-Rihan, eu e meu topete

          Também estive, por intermédio da produtora Aglaise Souza, no programa do "Amigo da Madrugada", o grande Adelzon Alves. Nas canjas ao vivo, contei com o auxílio luxuoso dos músicos Levi Chaves (sopros) e Geórgia Câmara (pandeiro). Tivemos a adesão (adelzon?) de última hora do Caçula, violão de sete cordas e colaborador do programa, que entrou na fogueira ao vivo, com valentia, e fez o que pôde por nós!
          Detalhe da coincidência: Aglaise e Caçula, irmãos, são filhos do compositor Carlos de Souza, parceiro de Wilson Baptista na inédita que Mart´nália canta no disco, "Não me pise o calo". Aglaise me contou que foi uma surpresa para ela e seus irmãos quando, ao botarem para tocar a bolacha do Wilson num almoço de família pela primeira vez, ouviram a gravação daquela música que Carlos (já falecido) costumava cantarolar em casa, sem imaginar que um dia fosse gravada.

Aglaise Souza, Levi Chaves e Adelzon Alves

Eu e o "Amigo da Madrugada"

          Obrigado Abi-Rihan pela força e pelo entusiasmo! Obrigado Aglaise e Adelzon pela oportunidade!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vinte e sete de setembro!

Dá-lhe Doum!

         
 Vinte e sete de setembro
          É o dia dos pequeninos
          Ai ai ai
          Vou dar doces aos meninos

          Na casa do Jorge Veiga
          No Largo da Abolição
          Todo ano se festeja
          São Cosme e Damião
          Tem foguete, tem cocada
          Tem violão, tem artista
          Vamos todos, meninada
          Lá pra festa do sambista

          Apesar de ter feito alguns sambas como esse, Wilson Baptista não era nada ligado em religião. Santos e quetais, quando aparecem em suas músicas, estão lá apenas para compor o quadro de uma crônica (como Cosme e Damião, nesse "Dia dos meninos" acima), para agradar amigos devotos (como nos sambas que ele fazia em homenagem a São Jorge), ou, ainda, para servir de piada (como na marchinha "Meia noite", onde o espírito de um caboclo baixa no terreiro somente para apanhar "mulher sem dono"). Portanto, não esperem encontrar no cancioneiro de Wilson alguém implorando "um lenitivo ao Criador" ou fazendo oferendas aos orixás, como sói acontecer na obra da maioria dos sambistas.
          Por isso, é no mínimo curioso que muitas datas-chave do projeto "O samba carioca de Wilson Baptista" tenham caído em dias de santo. Foi assim, por exemplo, com a estreia da temporada de verão do espetáculo no Teatro Carlos Gomes (um dois de fevereiro) e com o show de lançamento do disco homônimo, alguns meses depois, no mesmo teatro (um vinte e sete de setembro).
          Essa segunda data teve ainda um aspecto intrigante, de "ciclo que se fecha". Naquela madrugada, faleceu o querido Paulo César de Andrade, pesquisador porretíssima que, nos anos 80, gerou, sem querer, uma onda de paixonite pelo Wilson. PC gravou (e distribuiu entre os amigos) uma série de fitas-cassete com o supra-sumo da obra do sambista. As fitas, repletas daquelas gravações velhuscas extraídas de discos de 78 rpm, circularam pelo Rio de Janeiro até chegarem, em cópia-da-cópia-da-cópia, à Cristina Buarque. Inspirada pelas fitas de PC, anos depois, a cantora dedicaria um disco inteiro ao mestre do samba - o incrível "Ganha-se pouco, mas é divertido". Foi fazendo as artes do disco que me aproximei de Cristina e, por tabela, de Wilson Baptista. Aí o caldo engrossou!
          Mas chega de tergiversar! Depois de um tempão sem postar nada aqui no blog, volto à ativa para falar da noite de lançamento do disco no Carlos Gomes. A festa aconteceu no dia 27 de setembro de 2011, dentro do projeto "7 em Ponto", da Prefeitura, com ingressos promocionais a um real. Esse tipo de plateia, que chega cedo e enfrenta fila para garantir seu lugar, é sempre especial e mega receptiva. Não deu outra. Foi emocionante. O teatro abarrotado, o astral lá em cima.

Serviço do show de lançamento publicado pela Vejinha, cotado com três estrelas!

Teatro lotado e plateia calorosa!

          Tivemos a honra de contar com as canjas de Tantinho da Mangueira, Cristina Buarque e Marcos Sacramento, artistas convidados do "Reserva Especial", o disco que traz músicas raras e inéditas de Wilson. Tantinho se apresentou cantando "Rei Chicão" e "Mãe solteira". Cristina foi de "O teu riso tem" e "Vinte e cinco anos", e Sacramento de "O princípio do fim" e "Apaguei o nome dela". As canjas foram entremeadas com cenas do espetáculo, a cargo de Claudinha e desse que vos tecla. Fizemos "Chico Brito", Lapa, Polêmica com Noel, Hildebrando & Etelvina, sucessos do Café Nice, "Balzaquiana" e "La balzacienne", "Dolores Sierra", Chiquinho & José. Fechamos a noite todos juntos com "Meu mundo é hoje" e "Mundo de zinco". A festa, claro, foi dedicada ao amigo PC.

"Tinha que falar primeiro... Falar primeiro com o Rei Chicão..."

"Vou passear a Europa toda... até Paris!"

"Agora é que eu devia gozar a mocidade..."

"Se não fosse eu... Vivia tudo triste o ano inteiro!"

"Fiz um samba pra ela... Já não vou mais gravar... 
Tinha o nome de Estela... Eu mudei pra Guiomar!"

"Vamos lá que hoje é de graça... No boteco do José!"

Naife Simões, Geórgia Câmara, Tantinho, Cristina, Sacramento, 
Claudia, Levi Chaves, Rodrigo, Luís Barcelos e Nando Duarte

          No corredor de saída do teatro, o público pôde bebericar umas caipirinhas geniais preparadas pelo pessoal da Thoquino (aquela do conhaque de alcatrão São João da Barra e da vodca Kovak) e tirar fotos com o próprio Wilson Baptista - ideia da DasDuas, que produziu o evento em parceria com a Zucca.

Isabel Pinheiro e Carol Miranda, da DasDuas, fazendo chamego no mestre

Wilson, Claudinha e seus pais, Maria Helena e Sady

O glorioso Sidão Cruz (diretor do espetáculo) e Gisela de Castro, da Zucca

Coleguinha Ana Carbatti prestigiando

O público entrou na brincadeira... (Valeu Claudinha Youle!) 

          A todos que estiveram lá, muito obrigado!
          Obrigado aos músicos (parceirinhos-de-fé), aos queridos Tantinho, Cristina e Sacramento, ao pessoal do Teatro Carlos Gomes, à dobradinha Zucca-DasDuas e ao fotógrafo Kiko Vieira, que arrasou nos "instantâneos"!