terça-feira, 31 de maio de 2011

Especial Wilson Baptista na Rádio Batuta

          
          Tenho recorrido direto ao super acervo musical do Instituto Moreira Salles ao longo dessa pesquisa. O glorioso IMS foi pioneiro em democratizar o acesso a esse tipo de material pela internet, facilitando pra caramba a vida de quem ama a música de seu próprio país. Viva ele!
          Quem me convidou outro dia para bater um papo sobre Wilson Baptista na Rádio Batuta (a rádio virtual do IMS) foi Francisco Bosco. A entrevista depois foi editada e costurada com sambas do mestre, e está na nuvem, no link abaixo. Com vocês, o "Especial Wilson Baptista" da Rádio Batuta! Espero que curtam!
          http://ims.uol.com.br/Radio/D609
          Apresentação de Francisco Bosco, produção de Carla Paes Leme e sonorização de Filipe Di Castro. (Obs.: Dias depois dessa postagem, soube que a Rádio Batuta foi indicada ao Prêmio de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, na categoria "Registro e Memória". Parabéns, pessoal!)

Gente boa


          Joaquim Ferreira dos Santos publicou essa fotomontagem (ou "photoshopagem") no domingo dia 15 de maio. O nome da coluna compôs tão bem que acabou parecendo título da arte. O que não deixa de ser verdade. Esse time aí - além do talento - é boa gente pra caramba. Aos poucos vou contando como foi a participação de cada uma das feras. Ao Joaquim, que tem prestigiado o projeto a cada passo, um grande abraço!

Esgotado no site da Biscoito!


          Joninho Jallad, grande amigo meu, foi no site da Biscoito Fino comprar o CD do Wilson. Já tá esgotado, minha gente! É mole? Dá-lhe Wilsão! Taí a prova. Resta esperar chegar nas lojas... (E dá-lhe "Alma lírica" - tô louco pra ouvir.)

Ziriguidum fala do disco

          Amigos,
          tá na nuvem uma resenha bem legal do disco, é só clicar no link:
          http://www2.uol.com.br/ziriguidum/1105/110531-01.htm
          Valeu Ziriguidum! Valeu Beto Feitosa!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Roberto Gnattali - talento e amizade

O Maestro em ação, gravando as bases de "Interessante" e 
"Essa mulher tem qualquer coisa na cabeça" no estúdio da Biscoito Fino

          Conheci Roberto, maestro, professor e sangue boníssimo, como diretor musical da montagem de "O Bilontra" da qual fiz parte há alguns anos. Roberto é um cara especial e muito querido. Musical até a medula, obsessivo até a raiz dos cabelos, ele é daqueles que ama o que faz e não poupa coração. Nem caneta. Suas partituras nada têm de protocolares. Os músicos que o digam. É cada descarrego de semicolcheia que só os melhores dão conta das maravilhas que ele escreve. Levi Chaves, craque dos sopros que toca com a gente no espetáculo do Wilson Baptista, também professor, me disse outro dia que muitos dos seus alunos estão querendo estudar os arranjos de sopro que Roberto fez para o projeto. Tamanha a técnica necessária para tocá-los. O mais bacana pra mim é que, mesmo sendo super sofisticados na sua concepção, os arranjos de Gnattali soam naturais, simples (jamais simplórios) e nada forçados pra quem ouve. Descem redondo, como aquela Skol 360. E tem outra: ele tem a capacidade de fazer uma formação pequena, com cinco instrumentos apenas, soar como uma miniorquestra.
          Roberto abraçou a "causa" de Wilson Baptista com entusiasmo e é até hoje um dos mais animados da trupe. Fez um trabalho lindo, imenso, em tempo recorde, em condições muitas vezes adversas, e tudo na maior alegria. Frequentou ensaios, estreias, temporadas, sempre em altíssimo astral e rindo alto pra xuxu das nossas cenas de humor. A ponto da gente sentir falta quando ele (raríssimo) não pode comparecer.
          Roberto dividiu com Nando Duarte a direção musical e os arranjos das sessenta e tantas músicas que fazem parte do espetáculo (algumas agrupadas em forma de suíte). Quando partimos para o disco, por questões de agenda de Roberto, Nando assumiu o leme sozinho, mas o maestro ainda contribuiu com dois arranjos: o medley "Interessante" / "Essa mulher tem qualquer coisa na cabeça", gravação de Nina Becker (sua filha) em dueto com Wilson das Neves, e "Vinte e cinco anos", gravação de Cristina Buarque.
          Resumindo a rasgação de seda: Roberto Gnattali é um cara que admiro em todos os níveis, e quero levar pro resto da vida! Que venham outros projetos com ele!

Wilson em Vitória!



          Deu hoje n´A Tribuna, de Vitória (ES). Resenha do disco com direito a chamada na capa. Expandindo fronteiras... (hehehe)

Um baú de raridades


          A minha cara na foto diz tudo, né não? Mó orgulho ter a Elza nesse trabalho. Depois conto como foi a gravação dela lá no estúdio da Biscoito. Muito guerreira! Essa crítica saiu hoje no Extra. O bonequinho VêTudo destaca a "profunda pesquisa de repertório que valorizou um craque esquecido" e classifica o disco como "MUITO BOM"! Valeu, Sara Paixão!

Eis o malandro na praça outra vez


          Saiu hoje no Segundo Caderno d´O Globo! Fiquei muito feliz com mais essa do João Máximo! Diz ele na resenha que o disco dos convidados "é a melhor amostra já feita do excepcional talento do compositor." Detalhe: "Sobretudo quando acrescida do segundo disco, a gravação na íntegra do espetáculo que dá título ao CD duplo (...)". Quem quiser ler tudo clique na imagem. (Só uma correção: a direção do espetáculo é do grande Sidnei Cruz! Um abraço, Sidão!)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Minha querida Cristina

  Eu no cangote de Cristina Buarque

          Estúdio da Biscoito Fino, 17 de setembro de 2010. Cristina Buarque abria a quitanda das participações luxuosas do CD em homenagem a Wilson Baptista. Chegou de mansinho como sempre e, brejeira, pôs no bolso quatro sambas do mestre.    
          "Venha manso (O tambor do Edgard)" tem sabor de Portela. Foi lançado (para o anonimato) em 1948 pela cantora Flora Matos, companheira do bicheiro China da Saúde, parceiro de Wilson no samba. Quando o ouvi pela primeira vez na gravação da Flora, pensei: "É a cara da Cristina!" Não deu outra. Parece que foi feito mesmo pra ela. Esse Edgard aí parece ser o mesmo personagem de "Coitado do Edgard", samba de Haroldo Lobo e Benedito Lacerda que Cristina adora e teve a ideia de citar no final de "Venha manso".
          O partido alto "O teu riso tem", um dos primeiros sucessinhos de Wilson, de 1938, foi cisma de Cristina gravar. E ela tinha toda a razão! O arranjo buliçoso de Nando Duarte ajudou a manter o astral do partido nas alturas. A letra enaltece a mulher do início ao fim, coisa rara naquela época de fatalismos estacianos. Cereja do bolo é o último verso, criação de Cristina em piscadela de olho para Wilson e Roberto Martins – autores do samba –, e também homenagem à ilha de Paquetá, paixão que une os três.
          As outras duas músicas também foram escolhas de Cristina, aliás, a cantora que mais gravou Wilson Baptista nos últimos tempos. "Vinte e cinco anos" ganhou um tom gaiato inexistente na gravação original de Newton Teixeira. O samba "Timidez", lançado por Raul Moreno em gravação esfuziante de 1954 (na esteira do sucesso "Eu sou a fonte", do ano anterior), teve sua bola baixada e ganhou aqui uma interpretação delicada e... tímida, como pede a letra. E como é Cristina. Marcelo Caldi ao piano.

Eu, Cristina, Nando Duarte e Marcelo Caldi

          Cristina Buarque é única. Uma das pessoas mais íntegras, engraçadas e sem papas na língua que há por aí. Como cantora, se apropria das músicas com alegria e simplicidade. Nesse tipo de repertório que amamos, então, a fera deita e rola. Salve ela!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Matéria pé-de-coelho


      
          Essa matéria que João Máximo fez comigo (em agosto de 2009) foi o mó pé-de-coelho. E foi super atípica, jornalisticamente falando. Porque não havia nenhum gancho de data ou efeméride. Não havia previsão para o lançamento da biografia (que estou escrevendo) do Wilson. Não tínhamos fechado patrocínio para o disco, nem para o espetáculo. Tudo ainda no terreno das ideias, projetos e desejos. Acho que o que comoveu o João e a editoria do Segundo Caderno foram os achados dessa minha pesquisa obstinada de anos... Vai saber?
          Nosso papo aconteceu numa tarde ali no Petisco da Vila, pertinho de onde João mora. Começamos falando de minhas aventuras profissionais, passamos para Wilson, Noel, malandros, e fomos parar em Raul Roulien, Fred Astaire e cinema americano (os musicais!).
          Achei que ia sair um trocinho no meio do caderno. Fiquei chapado com a chamada na capa, o tamanho da matéria e a gentileza do João, que só fez levantar a bola do Wilson e do projeto. Coincidência ou não, várias portas se abriram depois disso. Vários parceiros surgiram pelo caminho. Te devo essa, João! Grande abraço!

Claudia Ventura, parceirinha "só sucesso"


          Aí estamos eu e Claudinha, modelando para a fotógrafa Jaqueline Machado. Acabamos não usando essa foto na divulgação. Olhando agora, achei simpática.
          Claudinha Ventura é um achado (não meu, claro) como atriz e cantora. Parece que já nasceu pronta, lá em Friburgo. Ou escapuliu de algum filme de Almodóvar. Filha de Sady e Maria Helena, professores. Um achado não só como artista, mas também como produtora, parceira de trabalho e, principalmente, cupincha para todas as horas.
          Faz amigos por onde passa. Detalhe engraçado: é um sucesso entre os padres. Não, você não leu errado. Apesar de desbocada pra xuxu, num nível Dercy Gonçalves, Claudinha é católica fervorosa, temente a Deus. E mesmo com a agenda sempre lotada de compromissos, dá expediente em missas dominicais, cantando hinos e fazendo pestanas ao violão.  
          Conheci a figuraça há alguns anos, quando fui assistir a um musical sobre Antônio Maria (do Núcleo Informal de Teatro) onde ela arrasava cantando, entre outros, o samba-canção "Madrugada 3:05". Marcou! Depois, fizemos juntos um infantil sobre Carlos Drummond de Andrade (ela fazia o Drummond criança e eu o pai dele, ou dela, vixe!) e "O bilontra", revista de Artur Azevedo. A fera também andou dando o ar de seu carisma em musicais sobre Mario Lago, Ary Barroso e como a Desdêmona de "Otelo de Mangueira". Além disso, é "membra"-fundadora de um grupo hilariante de humor, chamado O Grelo Falante. Sou seu fã!
          Não fossem sua pilha e seu talento, o espetáculo sobre o Wilson ainda estaria na gaveta. Tenho essa dívida de gratidão. Claudinha é disciplinada à beça e teve uma mega paciência comigo. Vestiu a camisa do projeto e hoje é uma "discípula de Wilson" tão furiosa quanto eu. Valeu por tudo, Claudinha! Grande honra (e cara-de-pau) dividir o palco com você! Deus lhe pague! (hehehe) (E já estamos com caraminholas de outros projetos...)

Ceia de samba


          Essa é a página central do encarte do CD "O samba carioca de Wilson Baptista". Em vez de fotos de makin´ of no estúdio, tive a ideia dessa fotomontagem com todos os intérpretes que participaram do disco, batucando com o Wilson. Uma "ceia de samba". Dá-lhe photoshop! É muita felicidade, muita honra, ter todas essas feras cantando no disco. (As fotos foram tiradas por mim e pelo produtor Julio Augusto Zucca no dia de gravação de cada participação. A minha e a da Claudinha são da Jaqueline Machado. A arte é minha.)

Nas melhores casas de Ramos


          Taí mais um filhote: o disco duplo em tributo ao mestre do samba Wilson Baptista. Projeto (pesquisa, direção artística, repertório, design) meu, direção musical de Nando Duarte, realização da Zucca Produções e patrocínio da Petrobras. O disco sai pela Biscoito Fino. São dois cds. Num deles, músicas raras e inéditas, na interpretação de convidados especiais (Elza Soares, Roberto Silva, Cristina Buarque, Marcos Sacramento, Céu, Rosa Passos, Zélia Duncan, Mart´nália, Wilson das Neves, Nina Becker, Samba de Fato, Tantinho da Mangueira, Teresa Cristina, Claudia Ventura e euzinho). No outro, o roteiro musical do espetáculo sobre Wilson Baptista, estrelado (e escrito) por Claudia Ventura e eu, com produção também da Zucca e o maestro Roberto Gnattali se juntando a Nando na direção musical. Orgulho e alegria!