quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Estátua de Wilson Baptista na Lapa: está lançada a campanha!

          Há algum tempo, li na coluna Gente Boa que queriam colocar uma estátua do Mario Lago na Lapa. Apesar de admirador do Mario, não entendi a razão da escolha do bairro. Mario frequentou a Lapa nos anos 30, triangulando até um caso amoroso com Noel Rosa (tendo como vértice a dançarina Cecy), mas - sabe-se - nunca teve orgulho ou gostou de falar desses tempos. Homenageá-lo com uma estátua na Lapa me pareceu uma forçação de barra que deixaria o próprio homenageado constrangido.
          Dias depois dessa nota, a coluna publicou uma outra, onde a família do Mario agradecia a iniciativa, mas opinava que o bairro mais apropriado para abrigar a estátua seria Copacabana, onde Mario viveu a maior parte de sua vida. Louvei o bom senso da família.

Nota na coluna "Gente boa" sobre a estátua de Wilson na Lapa

          O compositor que mais amou e compôs músicas exaltando a Lapa foi... Wilson Baptista. Sua própria persona é uma síntese do "espírito lapeano". Se há alguém que mereça uma estátua no bairro é ele. Desde que chegou ao Rio de Janeiro, fugido de Campos, Wilson viveu um intenso caso de amor com a "Montmartre brasileira". Ali viveu seus melhores (e também os piores) anos. Morou na Mem de Sá, passou por vários endereços na subida para Santa Teresa, deu um tempo na Riachuelo, e, por fim, faleceu devendo aluguel de um apartamento a poucos quarteirões da Lapa, na Senador Dantas.
          A paixão de Wilson pelo bairro era tanta que, apesar de campista, disse ele em "Largo da Lapa": "Foi na Lapa que eu nasci / Foi na Lapa que eu aprendi a ler / Foi na Lapa que eu cresci / E na Lapa eu quero morrer". Em "História da Lapa", evocou os malandros que fizeram história por ali: "Lapa dos capoeiras / Miguelzinho, Camisa Preta / Meia-Noite, Edgar / Lapa, Lapa boêmia / A lua só vai pra casa / Depois do sol raiar". Em "Flor da Lapa", radiografou o fim de carreira de uma "mariposa" lapeana: "Os homens brindavam seu corpo bebendo champanhe / Hoje acaba o cabaré / E ela não tem quem lhe acompanhe". Em "A nova Lapa", lamentou a descaracterização do bairro, vítima de projetos urbanísticos equivocados: "Querem transformar a Lapa / O progresso não respeita a tradição"...

Wilson nasceu em Campos, mas seu amor maior foi a Lapa carioca

          Joaquim Ferreira dos Santos abraçou a "campanha" pela estátua do Wilson na Lapa, como uma justa homenagem ao compositor no centenário de seu nascimento, em 2013, e publicou uma notinha simpática a respeito no dia 22 de janeiro. (Como houve um mal entendido quanto ao local de nascimento de Wilson, publicou uma "errata" no dia 25.)
          Valeu, Joaquim! Vou levar adiante essa ideia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário